História da Organização

Tem sido dito que um dia pode ser mudado ou um grande momento precipitado por um simples telefonema.

Tal telefonema veio em janeiro de 1919. Frank Sherman Land, ao atender o telefone, reconheceu a voz de Sam Flut, recém-eleito Venerável Mestre – Presidente -da Loja Maçônica Ivanhoe. “Frank, tenho um favor a pedir. Um de nossos irmãos, Elmer E. Lower que foi iniciado e elevado a companheiro, morreu há um ano atrás, creio que no dia 3 de janeiro. Deixou esposa e filhos que tem hoje de seis a dezessete anos. É uma família corajosa. A mãe tem sido maravilhosa tentando manter a família unida. Encontrou emprego como matrona no Hospital Geral mas isto não é o suficiente para sustentar a família. Você poderia conseguir um emprego de meio expediente para o filho mais velho, Louis? É um dos melhores rapazes que já vi. Conversei com ele e admiro sua auto-confiança e determinação em continuar seus estudos. Você poderia conseguir-lhe um lugar?”

“Sam, você ligou bem na hora. Seu pedido pode ser a resposta a um de meus problemas, pois tenho procurado alguém para me ajudar aqui no escritório. Gostaria muito de falar com este menino. Sinto muito sobre a família deste Elmer Lower. Eu li sobre sua morte, mas realmente não o conhecia. Encontrei-o poucas vezes e me impressionou sua personalidade. Era um bom homem. Mande Louis para mim, que tal amanhã depois da escola se puder arranjar. Estou ansioso por conhecê-lo”.

Na tarde seguinte, Louis chegou prontamente para sua entrevista. Apertar as mãos desse jovem causou em Land uma resposta que parecia uni-los numa experiência comum que os ligaria pelos anos que viriam. Louis irradiava honestidade de caráter, uma aptidão natural para liderança e a graça de movimentos de uma atleta. Frank notou que eram da mesma altura, o que na época era considerada estatura média, poucos centímetros abaixo de 1,82m. Os cabelos do jovem eram castanhos, curtos penteados para trás e partidos do lado direito. A testa era alta e os olhos indicavam amizade, completando o sorriso sempre presente em seus lábios. Suas roupas eram usadas e não haviam acompanhado seu crescimento, mas havia uma aura de limpeza que dele emanava. Frank pensou: “Se eu tivesse um filho gostaria que ele fosse como esse rapaz”.

Por algum tempo eles conversaram sobre a escola. Louis falou de sua aspiração de ter um lugar no time esportivo oficial, de sua posição como lançador no time de baseball e respondendo a uma pergunta disse: “Sou um bom estudante. Mesmo com as dificuldades que estamos tendo, quero terminar o segundo grau e então ajudar na educação dos outros”.

“É um bom objetivo. Você vencerá o desafio. Agora, fale-me de seu pai. Eu o conhecia, mas apenas de encontro casuais”.

Louis hesitou como se relutasse em voltar os olhos para o passado, mas disse finalmente: “Meu pai foi o melhor que um menino pode ter. Era um homem de negócios que gostava de caçar e pescar. Muitas vezes me levou com ele em suas saídas pelo interior. Foram bons tempos, mas sempre percebi que uma perna doente lhe trazia dificuldades. Ele tinha problemas com aquela perna desde que a machucou quando era um jovem fazendeiro em Pettis Country, perto de Longwood, Missouri. Em nossa última viagem de caça perto de Cass Counry ao sul daqui, ele machucou aquela perna de novo. Não foi um acidente com arma. Aparentemente ele escorregou num local lamacento em uma ravina e torceu-a. Uma infecção se instalou e ele ficou no Hospital St. Joseph por muito tempo antes de morrer. Acredito que um dia eles encontrariam um meio de fazer parar tal infecção e a dor, mas os médicos não puderam salvar sua vida. Ele está enterrado no cemitéiro de Mount Washigton. Desde então, minha mãe conseguiu emprego e eu gostaria de encontrar algum tipo de trabalho para poder ajudar em casa. Tentei vender jornais e fazer algum serviço na vizinhança, mas isso não foi o suficiente. Sr. Land, o senhor pode encontrar um lugar para mim?”

“Sim, eu posso. Preciso de alguém para me ajudar aqui. A partir desse momento você tem um trabalho para depois da escola e aos sábados”.

Naquela noite, enquanto os pratos iam sendo lavados, Nell disse “Frank, algo aconteceu hoje. Você parece ter encontrado um velho amigo perdido”.

“Não um velho amigo, mas um jovem novo amigo. Este rapaz com quem falei hoje é tremendo. Um dos melhores jovens que conheci. Ele vai trabalhar comigo no escritório e sei que vou apreciar tê-lo por perto. Talvez pudéssemos levá-lo a igreja conosco na quarta à noite. Os ensinamentos da igreja cristã seriam bons para ele e você poderia conhecer Louis Lower”.

“Sim, podemos fazer isso”, ela disse “Sugiro que você peça que ele traga alguns amigos até o apartamento uma noite dessas. Gostaria de conhecê-lo e, como você sabe, nós respondemos melhor e nos abrimos mais quando estamos no meio de amigos”.

Não foi antes do meio de fevereiro que a oportunidade de tal encontro aconteceu.

Richard B. Fowler, escritor editorial do “Star”, em uma série de artigos intitulado “líderes de nossa cidade”, conta sobre a conversa casual entre Frank Land e Louis Lower, que acabou fazendo história.

“Louis” disse Land, “com quem você anda por aí ?”

“Tenho alguns amigos perto de casa na vinte e oito com Indiana”, disse Louis.

“O que você acha de formarem um clube e reunirem-se aqui no templo?”

Mr, Fowler continuou: “Louis achou que a idéia era possível e no dia seguinte apareceu com oito garotos. Entre sodas da sorveteria em frente, a idéia de um clube tomou forma definitiva. Isto foi em 19 de fevereiro de 1919”.

Os rapazes vieram cedo naquela quarta-feira à noite e cada um, por sua vez foi apresentado ao Sr. Land por Louis Lower assim: “quero que conheça Raeph Sewll. Ele mora em nossa casa. Aqui está Elmer Dorsey, a casa dele é nos fundos da nossa. Edmund Marshall mora ao lado de Elmer e este aqui, Jerome Jacobson mora no outro quarteirão. Este é Willian Steinhilber e aqui Ivan Bentley. Eles também moram na vizinhança assim como Gorman McBrite que você conhece. Ele trouxe seu primo Ceyde Stream, com ele. Somos nove”.

Louis Lower soube escolher bem seus amigos. Todos eram mais ou menos de sua idade, ou um ou dois anos mais velhos ou mais novos. Sem exceção eram jovens de boa aparência, alertas, honestos e íntegros. Vinham de famílias de renda média onde as eventuais dificuldades financeiras serviam apenas como esporas a instigar seus sonhos do que poderiam fazer no futuro. Eram um grupo destinado a formar uma grande organização de jovens e cada um iria avançar através de seus esforços e determinação, até uma posição de proeminência em seu campo de trabalho escolhido.

O Sr. Land respondeu a cada apresentação com aperto de mão e uma palavra de boas-vindas. Voltando-se para Gorman ele disse: “Ouvi sobre você pelo seu pai, George McBride. Você sabe, ele é o Secretário do Rito Escocês de Bombeiros e Policiais. Foi bom você ter trazido Clyde”. Então, voltando-se para os outros ele falou: “Antes de começarmos a falar sério, vamos dar uma volta pelo prédio. Creio que vão achá-lo apropriado se vamos fundar um clube e usá-lo como local de reuniões”.

Os garotos jamais haviam visto edifício igual. Estavam maravilhados pelos arredores atraentes e bonitos do templo do rito Escocês. Suas próprias casas eram modestas em tamanho com mobiliário simples e aqui encontraram um aparato que fez com que um menino exclamasse “Puxa, isso é de tirar o fôlego”. O prédio estava localizado na esquina noroeste da rua Quinze com Troost e era uma bela estrutura. Desde as portas de entrada em carvalho maciço, colocadas em batentes de pedra trabalhada terminando em pedúnculos de flor-de-lis, até as torres de cornijas talhadas, aos pilares escuros de carvalho do salão principal, Era um belo exemplo daquele tempo na história quando a humanidade tinha profundidade de propósito e dedicação a grandes ideais. Os rapazes foram de sala em sala. Estavam fascinados pelo grande hall com um palco completo com proscenio em arco, cortinas de fundo de palco e cenários e, ainda, um balcão com corrimãos entalhados cobertos por linho. No andar inferior encontraram um grande salão de baile com pequenas salas para reuniões íntimas e, adjacente, uma cozinha. Os garotos podiam imaginar como este lugar seria ideal para danças, jantares, e entretenimento. Muito antes da visita estar completa, os garotos estavam convencidos que um clube neste prédio não somente seria perfeito, mas ainda gostaram desse homem tranqüilo que liderava esse grupo de sala em sala. Apenas dez ou doze anos mais velho do que eles, ele era um do grupo, mas seu conhecimento e confiança colocavam-no à parte, mesmo quando a diferença de idade parecia desaparecer.

Foi um grupo radiante que se reuniu naquela noite ao redor da longa mesa em uma das salas de encontro. Não havia dúvida de que deveriam continuar se encontrando como um clube. O único problema era o nome. Um sugeriu que usasse letras gregas como nas fraternidades de faculdade, mas isto foi logo recusado por fazer deles apenas parte de outras organizações. O nome deveria distinguir-se e ter significado. Eles se voltaram para Land para sugestões. Ele apontou para uma série de cartazes impressos na parede, que mostravam as aventuras de Sir Galahad e os cavaleiros da Távola Redonda. Houve um menear de cabeças negativo.

A maior das guerras acabava apenas alguns meses antes e as aventuras de cavaleiros de outrora pareciam distantes. Então, foram mencionados nomes da história e da Bíblia. Histórias como de Damon e Phytias, David e Jonathas e de Nathan Hale. Nada parecia certo até que um dos garotos, Clyde Stream disse: “Senhor Land, conte-nos o que é encontrando aqui em um de seus templos”.

Frank sorriu: “Este ano estou servindo como a cabeça de um dos grupos maçônicos. Sou o comandante para o conselho DeMolay de Kadosh. Há muitos nomes, mas eu acho que devo contar-lhes sobre o último líder dos Cavalheiros Templários. Seu nome era Jacques De Molay ou, como dizem alguns livros de Histórias, Tiago De Molay”.

E ele contou a história de Jacques De Molay, o último Grão Mestre dos Cavaleiros Templários, o cruzado que foi traído por Felipe, o Belo, e queimado na fogueira em frente à Catedral de Notre Dame a 18 de março de 1314. A história e o nome inflamaram a imaginação dos garotos. Aqui estava um tema de cavaleiros e cavalaria, no que havia de melhor, e o nome de um mártir da fidelidade e tolerância. Aqui estava o heroísmo. Aqui estava um grande exemplo de lealdade, de coragem. Os rapazes estavam prontos a aceitar este nome, sem maiores considerações, como o nome do grupo. Mas Land interrompeu: “Bem. Vamos esperar um pouco mais e pensar sobre isso. Não precisamos nos apressar. Talvez, pensando melhor, tenhamos um nome mais adequado. Um que esteja mais de acordo ou seja mais apropriado. Voltem na próxima semana e tragam mais amigos. Juntos conversaremos mais sobre essa idéia. Boa noite e obrigado por terem vindo”.

Durante as próximas semanas, os rapazes acharam tempo e desculpas para falar com Land e fazer perguntas sobre o novo clube e para aprender mais sobre a excitante marcha da história, a eterna procura do sentido da existência e os perturbadores momentos do declínio da Ordem dos Cavaleiros Templários no apagar das luzes das Cruzadas. O nome DeMolay trazia a história do passado para o presente e os jovens queriam saber mais sobre este período da História.

O nome DeMolay começou a carrear para eles a visão da procura de uma ideal que não apenas trazia um desafio de tempos idos, mas era um desafio para juventude do seu tempo, tal como seria para a juventude de todos os tempos. Eles não percebiam então, que dentro de todo garoto – e todo homem – há o desejo de tornar-se o melhor daquilo que puder ser. Por vezes, um desejo está oculto tão profundamente que parece não existir – mas está sempre lá. É a incessante busca da humanidade por um segredo vindo do passado, que levará ao Santo Graal. Porque, como estes meninos, todos devemos sonhar por um tempo e então, seguir o brilho de tudo que julgarmos ser verdadeiros, bom e bonito.

Uma noite Land contou-lhes como o espírito de dedicação a um ideal levou dois nobres franceses, Hugo de Payens e Godofredo de Saint Omer a formarem a Ordem dos Cavaleiros Templários do ano de 1123. Seu propósito era dar proteção aos peregrinos ao fazerem sua jornada para a Terra Santa. Contou como esses dois fizeram votos de pobreza, castidade e obediência e como o selo de sua Ordem representava esse voto no Grande Selo, que mostrava os dois fundadores cavalgando um único e magro cavalo. O Rei Balduíno, de Jerusalém, explicou ele, deu-lhes aposento no palácio real e como o palácio estava situado na área do Templo, eles se tornaram conhecidos como Os Templários.

Então, ele continuou: “Ao longo do tempo, a Ordem tornou-se imensamente poderosa e rica. Foi dito que no século treze eles possuíam 9.000 membros, Preceptórios e Prioratos apenas na Europa. Mesmo irmãos de príncipes vinham ansiosamente servir como humildes cavaleiros sob sua liderança. A medida que os anos passavam, eles recebiam alternadamente elogios e censura. Entretanto, recentemente, um historiador que pouco tem de bom a dizer sobre eles fez essa declaração: “Eles sempre estavam onde as espadas cruzaram-se mais violentamente e as flechas caíam em maior número sobre os campos de batalha. Eles possuíam imensa coragem, em uma época em que a coragem significava mais para a sobrevivência da cristandade do que a ladainha ritualista das orações”.

“Eu me lembro”, interrompeu um dos garotos, “que no “Ivanhoe” de Walter Scoot o vilão negro era um Cavaleiro Templário. Como eles saíram do cenário, afinal?”

“Foi desta maneira. Em 13 de outubro de 1307, os membros da Ordem reuniram-se para o que supunham ser o lançamento de uma nova cruzada. Ao contrário, eles foram presos e encarcerados. A Ordem acabou!” Land parou e refletiu. “Mas não tanto, na verdade. Das cinzas do fogo, da morte e da dor da perseguição ergue-se a atual Ordem dos Cavaleiros Templários e os graus do Rito Escocês. Acredito que ela deu vigor e valor a todas as gerações incluindo a nossa própria. Vejam vocês, nós ainda estamos escrevendo e fazendo história enquanto tornamos nossos lugares na longa marcha daqueles que acreditam que o bom se tornaria parte do próprio tempo”.

Os garotos falavam com Land sobre o clube, porém era em longas conversas juntos na escola, enquanto caminhavam juntos para casa que aumentava seu interesse e crescia a importância de sua organização. Uma tarde, após a aula de química, Elmer Dorsey juntou-se a Louis Lower para perguntar “Louis, acho essa idéia do clube excelente. Mas afinal, o que é tudo isso? O que Mr. Land ganha com isso? Eles querem que nos tornemos maçons juniores?”

Louis colocou seu braço à volta dos ombros de Elmer. Eles se sentaram nos degraus de pedra que davam para o campo de atletismo, como Boulevard Linwood à distância. “Eu não tenho todas as respostas, Elmer, sei apenas que Frank Land é um dos grandes. Seu único motivo é o que ele nos diz. Ele gosta de estar com jovens e acredita sinceramente que se formarmos mesmo este grupo, cada um de nós se beneficiará dele. Com ele conseguiu convencer os mais velhos a nos deixar usar o templo está além de minha compreensão. Eles devem estar tão interessados em nós quanto Land, porque ele me disse que não seremos um grupo de jovens maçons. Ele me falou que esses homens estão preocupados com apenas uma coisa e esta é que cresçamos para nos tornar homens decentes, que serão respeitados na comunidade”.

“Obrigado, Louis, vamos mergulhar de cabeça então e levar outros conosco no próximo encontro. Por falar, nisso quando vai ser?”

“Na próxima segunda feira, 24 de março por volta das 19:30. Avise os outros”.

24 de Março de 1919 foi a data na história que deu nascimento à Ordem DeMolay. Durante os anos a seguir, entretanto, a data de 18 de março, que no passado havia presenciado a morte de Jacques De Molay, veio a ser mais frequentemente usada. A morte de De Molay e o começo de um novo clube pareciam sinônimas e o quanto esta data significava tornou-se parte realística do clube, a data de 18 de março ficou como símbolo de ambas as coisas. Esta data iria tornar-se um símbolo vindo do passado para compor um cenário no tempo para a data organizacional de DeMolay.

Trinta e um jovens, todos da mesma escola secundária foram ao Templo do Rito Escocês aquela noite. Frank Land, calmamente os observou – e talvez tenha olhado através deles para o futuro. Ele deu as boas-vindas a cada um e então explicou brevemente suas idéias sobre o clube, o que poderiam fazer e as atividades nas quais poderiam entrar. Ele explicou “Mas esta é uma reunião. Servirei como consultor, mas a reunião é de vocês. Por que não proceder como uma organização e eleger alguns oficiais. Eu tomarei conta até que tenham completado sua eleição”.

Havia muito mais a ser tratado aquela noite para que se pudesse fazer mais que eleger Gorman McBride como presidente temporário e Louis G. Lower como Secretário Temporário. O nome, eles pensavam, era tão importante que deveria vir primeiro neste encontro da organização. “DeMolay” havia sido falado entre os nove primeiros desde seu primeiro encontro e comunicado aos outros. Agora, foi oficial e unanimente adotado, vendo o nome do clube “Conselho DeMolay”. Para manter a idade dos membros a mesma que a deles, assim como seus interesses, colocaram uma cláusula de filiação para os que quisessem entrar para o clube de idade de 16 anos e decidiram que quando um deles chegasse a 21, deveria retirar-se do mesmo.

Não foi senão até a reunião de 8 de abril de 1919 que os oficiais foram finalmente eleitos com Gorman McBride como o primeiro presidente do Conselho DeMolay. Lester Pennington foi eleito para servir como Vice-Presidente, Louis G. lower seria secretário com John Miller como Tesoureiro e Clyde Stream como Sargento de Armas.

Talvez Land tinha falado como alguns dos homens ou talvez a idéia que teve do clube estivesse ainda tomando forma porque, a 15 de abril de 1919 os títulos dos oficiais mudaram, mais um foi eleito e tornaram-se:

Groman A. Mc Bride – Mestre
Lester Peninngton – Primeiro Mordomo
Averill C. Tatlock – Segundo Mordomo
Louis G. Lower – Escrivão
John Miller – Tesoureiro
Clyde Stream – Sentinela

Durante os próximos meses o grupo cresceu em número, em atividade e interesses. Então, o receio tomou conta de alguns deles, de que estivessem crescendo, formando um grupo muito numeroso, um clube grande demais. Gorman McBride, anos depois contava a história desta maneira:

“Lembro-me que nossos sócios cresceram para um pouco mais de 60 e alguns dos colegas estavam muito preocupados a respeito da organização crescer demais. Alguém sugeriu que eu apontasse um comitê para falar com Mr. Land e com seu jeito humilde e modesto ele nos recebeu e nos tratou tão cortesmente quanto qualquer pessoa poderia ser tratada. Claro que apresentamos nossas idéias sobre limitarmos a filiação de DeMolay. Ele não nos criticou nem advertiu naquele momento. Na verdade, nem sabíamos se tinha concordado ou discordado de nossa sugestão.

“Mais tarde, quando a reunião começou, chamei o presidente para relatar. Ele o fez e fez a moção de que DeMolay se limitasse a 75 membros. A moção foi secundada rapidamente e unanimente aprovada”.

Foi então que Pai Land ergueu-se do fundo da sala onde estivera mais ou menos oculto, pois não era do tipo que preferia os refletores ou os primeiros lugares em nossas reuniões. Ele queria que nós mesmos conduzíssemos. Ele dependia de nós para fazer o que era certo e para manter aquilo que em sua mente era bom para a Ordem DeMolay. “Mas ao vir para a frente da sala aquela noite, começou a nos dizer – de modo claro e objetivo – quão egoísta e sem consideração éramos. Disse-nos que estávamos operando e pensando absolutamente ao contrário a cada idéia que ele tinha em mente para esta organização. Ele lembrou-nos que havia outras três escolas secundárias em Kansas City que possuíam jovens tão capazes, tão qualificados e importantes quanto nós mesmos. Na verdade, ele deu indicação de que pensava que eles eram provavelmente bem, bem melhores do que pensávamos que éramos. Ele disse que o que era bom para um garoto deveria ser bom para todos os elegíveis. E lembrou-nos que “para nos tornar grandes, deveríamos ser grandes”. De qualquer modo, nos sentimos muito envergonhados e a moção para limitar a participação em 75 foi retirada. E foi aí que a Ordem DeMolay teve permissão, para crescer e desenvolver-se”.

Desta forma, Frank Land encorajava seus meninos, à medida que os guiava com uma mão leve, porém firma nas rédeas.